Tipos de médiuns
Tipos
de médiuns
Os
médiuns apresentam numerosa variedade de aptidões, o que os tornam mais ou
menos próprios para obtenção de determinado fenômeno ou gênero de comunicação.
Podem
dividir-se os médiuns em duas categorias: médiuns de efeitos físicos, que têm o
poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas; e médiuns de
efeitos intelectuais, que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações
inteligentes.
Porém,
em todos fenômenos produzidos sob a influência mediúnica há um efeito físico
que se alia a um efeito inteligente. Difícil determinar o limite entre os dois.
Médiuns
de efeitos físicos
Médiuns
tiptólogos: produzem ruídos e pancadas, com ou sem intervenção da
vontade.
Médiuns
motores: produzem movimento dos corpos inertes.
Médiuns
de translações e suspensões: produzem a translação aérea e a suspensão
dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem
elevar-se a si mesmos.
Médiuns
de efeitos musicais: provocam a execução de composições, em certos
instrumentos de música, sem contato com estes.
Médiuns
de aparições ou de materializações: provocam aparições fluídicas
ou tangíveis, visíveis para os assistentes.
Médiuns
de transporte: servem de auxiliares aos Espíritos para o
transporte de objetos materiais. Uma variedade dos médiuns motores e de
translações.
Médiuns
pneumatógrafos: de escrita direta. Conforme seja maior ou
menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras,
frases e mesmo páginas inteiras. Basta colocar uma folha de papel dobrada num
lugar qualquer ou indicado pelos Espíritos.
Médiuns
curadores: faculdade que certas pessoas possuem de curar pelo
simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o
concurso de qualquer medicamento. Essa faculdade tem princípio na força
magnética, cujas curas magnéticas exigem tratamento metódico mais ou menos
longo. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar se proceder
convenientemente. Nos médiuns curadores, a faculdade é espontânea e alguns a
possuem sem nunca ter ouvido falar em magnetismo.
Médiuns
de efeitos intelectuais
Médiuns
audientes: ouvem os Espíritos. Algumas vezes, é como se escutassem
uma voz interna que ressoasse no foro íntimo. Em outras, é uma voz exterior,
clara e distinta, qual a de uma pessoa encarnada. Os médiuns audientes também
podem conversar com os Espíritos. Quando se habituam a comunicar-se com certos
Espíritos, eles os reconhecem imediatamente pelo som da voz.
Médiuns
falantes ou psicofônicos: transmitem o que ouvem. O Espírito atua
sobre os órgãos da fala do médium. Em geral, o médium falante se exprime sem
ter consciência do que diz, sobre coisas fora do âmbito de suas ideias
habituais, de seus conhecimentos e fora do alcance da sua inteligência.
Médiuns
videntes: gozam da faculdade de ver os Espíritos. A possibilidade
de vê-los em sonho resulta de uma espécie de mediunidade, mas não são médiuns
videntes, propriamente ditos.
Médiuns
sonambúlicos: o sonambulismo é uma variedade da faculdade
mediúnica. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito. A sua alma
é que, em momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limites dos
sentidos. O que ele exprime vem de si mesmo. Suas ideias são mais justas do que
no seu estado normal, mais extensos os seus conhecimentos, porque livre se lhe
acha a alma. Ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao
contrário, é instrumento de uma inteligência estranha. É passivo e o que diz
não vem do seu próprio eu. Em suma, o sonâmbulo externa seus próprios
pensamentos e o médium exprime os de outrem.
Médiuns
inspirados: muito menos aparentes do que os outros sinais exteriores
da mediunidade. É toda intelectual e moral a ação que os Espíritos exercem
sobre eles e se revela nas menores circunstâncias da vida, como nas maiores
concepções. Desse aspecto, é que se pode dizer que todos são médiuns, porquanto
ninguém há que não tenha Espíritos protetores e familiares a empregar todos os
esforços por lhe sugerir salutares ideias. No inspirado, difícil distinguir as ideias
próprias das sugeridas. Nos grandes trabalhos da inteligência é onde mais se
evidencia a inspiração. Têm vaga intuição de uma assistência estranha,
porquanto aquele que apela para a inspiração nada mais faz do que uma evocação.
Médiuns
de pressentimentos: em dadas circunstâncias, têm imprecisa
intuição das coisas futuras. Essa intuição pode provir de uma espécie de dupla
vista, que faculta se entrevejam as consequências das coisas presentes. Em
outras, resulta de comunicações ocultas, que fazem de tais pessoas uma
variedade dos médiuns inspirados.
Médiuns
proféticos: é uma variedade dos médiuns inspirados. Recebem, com a
permissão de Deus e com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a
revelação das coisas futuras, de interesse geral, que eles recebem o encargo de
tornar conhecidas aos homens, para lhes servir de ensinamento. O dom da
profecia é excepcional e implica a ideia de uma missão na Terra.
Médiuns
extáticos: em estado de êxtase, recebem revelações da parte dos
Espíritos.
Médiuns
pintores, pictógrafos ou desenhistas: pintam ou desenham sob a
influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios.
Médiuns
músicos: executam, compõem ou escrevem músicas, sob a influência
dos Espíritos. Há médiuns músicos, mecânicos, semimecânicos, intuitivos e
inspirados, como os há para as comunicações literárias.
Médiuns
escreventes ou psicógrafos: escrevem sob a influência dos Espíritos,
servindo-se da sua mão para fazê-lo escrever. A mediunidade psicográfica
apresenta três variedades distintas: médiuns mecânicos, intuitivos e
semimecânicos.
Médium
mecânico: o Espírito atua diretamente sobre a mão, impulsionando-a.
Há inconsciência do médium o que a sua mão escreve. O movimento da mão independe
da vontade do escrevente; movimenta-se sem interrupção, a despeito do médium,
enquanto o Espírito tem alguma coisa a dizer, e para desde que este último haja
concluído.
Médium
intuitivo: o Espírito do médium serve de intermediário à transmissão
do pensamento. O Espírito comunicante não atua sobre a mão para movê-la. Ele
atua sobre a alma, identificando-se com ela e imprimindo-lhe a sua vontade e as
suas ideias. A alma recebe o pensamento do Espírito comunicante e o transcreve.
Nesta situação, o médium escreve voluntariamente e tem consciência do que
escreve, embora não grafe os seus próprios pensamentos. Frequentemente, difícil
distinguir o pensamento do médium do que lhe é sugerido, o que leva muitos
médiuns deste gênero a duvidar da sua faculdade. Podem reconhecer-se os
pensamentos sugeridos pelo fato de não serem nunca preconcebidos; eles surgem à
proporção que o médium vai escrevendo e não raro são opostos à ideia que este
previamente concebera. Podem mesmo estar fora dos conhecimentos e da capacidade
do médium.
Há
analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração. A diferença consiste em
que a primeira se restringe quase sempre a questões de atualidade e pode
aplicar-se ao que esteja fora das capacidades intelectuais do médium; por
intuição pode este último tratar de um assunto que lhe seja completamente
estranho. A inspiração se estende por um campo mais vasto e geralmente vem em
auxílio das capacidades e preocupações do Espírito encarnado.
Médium
semimecânico ou semi-intuitivo: sente na mão uma impulsão
dada mau grado seu, mas ao mesmo tempo tem consciência do que escreve, à medida
que as palavras se formam. O pensamento vem depois do ato de escrever; depois,
precede-o; em seguida, acompanha-o.
Médiuns
polígrafos: aqueles cuja escrita muda com o Espírito que se comunica,
ou aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha em vida.
Médiuns
poliglotas ou de xenoglossia: têm a faculdade de escrever,
ou falar, em línguas que lhes são desconhecidas.
Médiuns
iletrados: os que escrevem, como médiuns, sem saberem ler, nem
escrever, no estado ordinário.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O
Livro dos Espíritos. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2019.
KARDEC,
Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O
Livro dos Médiuns. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2019.
MOURA, Marta Antunes de
Oliveira de (Organizadora). Mediunidade: estudo e prática. Programa I.
2ª Edição. Brasília/DF, Federação Espírita Brasileira, 2018.
MOURA, Marta Antunes de
Oliveira de (Organizadora). Mediunidade: estudo e prática. Programa II.
2ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.
ROCHA, Cecília (Organizadora).
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita: programa complementar. Tomo
Único. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2018.

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